Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drumond
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Teatro do Oprimido
Apresentação da Inauguração da Sede do Projeto Giração dez/08
Teatro-Verdade
Atuadores da Oficina de Teatro Popular do Projeto Giração
O público vibrando com apresentação conjunta do teatro e percussão.
A primeira técnica do teatro do oprimido foi aplicada em São Paulo, em 1970, no Núcleo 2 do Teatro de Arena, com o teatro-jornal: em meio a opressão que sufocava o país , dramatizavam-se noticias jornalísticas, em meritório exercício de liberdade.
Ao conceituar o teatro invisível, uma das técnicas do teatro do oprimido, Augusto Boal afirma que ele “procura ordenar a realidade, torna-la cognoscível, inteligível perceptível nas suas razões mais profundas, e não apenas na sua aparência – ao contrario do do happening, que procura apenas deslanchar uma incontrolável e muitas vezes sem objetivo definido e sem aplicação própria ”(Ver Augusto Boal, stop: c’est magique!, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, p.120).
Seus propósitos fundamentais assemelham-se aos do teatro-imagem e do teatro-foro, por ele também desenvolvidos: “1º transformar o espectador em protagonista da ação dramática , o objeto em sujeito, a vitima em agente, o morto em vivo, o consumidor em produtor; 2º através dessa transformação, ajudar o espectador a preparar ações reais que conduzam á própria liberação, pois a liberação do oprimido será obra do próprio oprimido, jamais será outorgada por seu opressor” (p.83).
Um grupo ensaiado desencadeia uma ação que, não se apresentando como teatro, estimula a participação dos circunstantes, levando-os a figurar nela na qualidade de verdadeiros agentes. Processa-se inicialmente a conscientização de um problema, e parte-se daí para modificar a realidade opressora.
O empenho de Boal é de sistematizar o teatro do oprimido, feito inédito até então. O trabalho do mestre é valoroso e reconhecido em todo mundo. A partir do Centro de Estudos e Difusão de Técnicas Ativas de Expressão, sediado em Paris Boal “contaminou” o mundo com as técnicas teatrais de inclusão. Um bom livro para a maior compreensão do teatro do oprimido, teatro-foro, teatro-jornal e demais técnicas é o Técnicas Latino Americanas de Teatro Popular.
Grupos atuando à margem do sistema convencional de produção são treinados orientados e inspirados pelas técnicas de Boal, existem diversos grupos do Brasil que se destacam nessa área. Pernambuco, Goiás, Sergipe e Bahia se destacam pelos festivais de teatro popular. Em media são mais de cem grupos por apresentação, e por todos os lados os grupos divulgam e instruem os estudantes, trabalhadores, velhos, crianças, homossexuais, adolescentes, meninos e meninas de rua, presos, sindicalizados e todos os excluídos de alguma forma ou maneira. E os espetáculos não deixam de ser bonitos ou surpreendentes, a técnica da mais simples ou da mais rebuscada, transforma o publico em escritor, autor, ator, e critico, ativo do processo teatral.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Planejamento Oficina de Teatro Popular (01) 2009
Tema (oficina): Interpretação corporal, facial e de idéias
Conteúdo:
1. Continuação da história do teatro e seus fundamentos.Ética e Cidadania.
2. Início do planejamento da segunda peça
3. A linguagem corporal amplifica o significado das palavras, melhorando habilidades sociais e de comunicação.Há algumas reações e expressões corporais espontâneas que são bastante uniformes entre as pessoas, e podem transmitir abertura e segurança, ou ansiedade e medo. Estar atento à linguagem corporal e usá-la de forma intencional pode ajudar em muito a expressar aquilo que o grupo e ou indivíduo deseja, reforçando o conteúdo das palavras.
4. Exercitar a comunicação entre os integrantes e identificar seus fatores.
5. Exercícios para imaginação, composição de cenários e situações
6. Exercícios para expressão facial (espelho)
7. Exercícios para expressão de objetos (objetos)
8.Organização para a aula de mascaras
9.Organização para o bloco de carnaval
10. Escolha de filme
11. Planejamento para o festival de verão da EMB
12. Escolha do tema da peça
13. Discussão
Metodologia / Desenvolvimento:
Música para relaxar e integrar o grupo, exercícios de corpo e expressão. Noções de leituras dramáticas.
Recursos Materiais: som e vídeo.
Objetivo: planejar algumas reações corporais, faciais, e de interpretação. O aluno deverá aprender com os exercícios a utilizar as palavras certas para cada situação, e também a expressar-se corporalmente.
Ministrante da Oficina: Paulo Dantas
Cenas
Abertura: todos meninos e meninas indo á frente da platéia e falando: Eu não tenho nome!!!
Personagens:
Madame
Criança
PM
Mãe
Situação: A esmola não dada
A madame passa e uma criança de rua pede esmola, a madame nega por diversas vezes e humilha a criança sem necessidade.
A criança como retribuição rouba a bolsa da madame.
A policia está passando e pega a criança em flagrante e a leva para a DCA e logo após a criança é encaminhada ao SOS criança.
A mãe consegue retirar a criança do local e chegando em casa, a criança pede comida a mãe e recebe um sermão danado, devido a mesma ter roubado ao invés de somente pedir esmolas. E ainda descobre que a única renda que entra em sua casa é da esmola que obrigada a pedir.
A criança discute com a mãe, sobre trabalho infantil falta de escola e do risco da vida marginal. Sem argumentos a mãe expulsa a criança de casa.
Cena 02
Personagens
Traficante
Menino 01
PM
Menino 02
Situação: O traficante aliciando crianças
O traficante alicia uma criança de rua, lhe dá dinheiro e drogas de graça, depois chama a mesma para trabalhar pra ele, e lhe entrega uma quantidade x de drogas e saí.
A criança começa a vender e utilizar a droga como se fosse um adulto até o ponto de perder o ponto e faltar drogas e dinheiro.
O traficante aparece para o acerto, e o menino lhe conta que não há mais dinheiro e nem drogas. O traficante agride e ameaça a criança de morte, quando aparece os PM’s e batem no traficante, logo liberando o mesmo.
Depois de certo tempo o traficante encontra a criança e a mata.
Um dia depois começa a aliciar outra criança, já avisando do fim trágico de outra criança que tentou dar o golpe.
Cena 03
Menino
Mãe
Pai
Amigos
Situação: Criança da jujuba
Abre a cena na rodoviária, a mãe deixando uma caixa de jujuba com a criança. para que a transforme em dinheiro.
A criança se junta a outras crianças para brincar, e consumir drogas.
A mãe espera a criança que ainda não chegou no horário determinado e comunica o fato ao pai, que por sua vez encontra a criança e a agride com ferocidade.
A criança a partir de então começa a vender chicletes diariamente na rodoviária e como sinal da violência ele anda mancando.
Cena 04
Personagens:
Menino 01
Menino 02
Crianças
Pm
Situação: A Mudança
Crianças reunidas em volta de uma fogueira, eles vão brincando e contando o que querem ser quando crescerem. (Fazer improviso) chega a PM e leva todas as crianças para um passeio no Lago Paranoá. Quando o dia clareia eles chegam no CONIC/Rodoviária e os que queriam se encaixar na estrutura da sociedade agora só pensam em destruí-la, para se libertarem através da barbárie.
Encerramento: todos um a um indo á frente da platéia, dizendo seu nome, e falando nós não queremos mais viver o que a gente apresentou!!! (cena apresentada na inauguração da sede do Projeto Giração.
Musicas: e lá vou eu
Cenário : imaginário
Figurino: comum
Abertura: os atores entrando e encarando a platéia
Objetos indicados: bonecas quebradas, carrinhos quebrados, bicicletas velhas, panelas vazias, pratos vazios, caixas de chicletes, caixa de engraxate, lata de cola, papel alumínio, cassetetes, o ECCA rasgado. E pessoas indiferentes passando.
A cada cena encerrada um dado estatístico sendo citado.
Personagens:
Madame
Criança
PM
Mãe
Situação: A esmola não dada
A madame passa e uma criança de rua pede esmola, a madame nega por diversas vezes e humilha a criança sem necessidade.
A criança como retribuição rouba a bolsa da madame.
A policia está passando e pega a criança em flagrante e a leva para a DCA e logo após a criança é encaminhada ao SOS criança.
A mãe consegue retirar a criança do local e chegando em casa, a criança pede comida a mãe e recebe um sermão danado, devido a mesma ter roubado ao invés de somente pedir esmolas. E ainda descobre que a única renda que entra em sua casa é da esmola que obrigada a pedir.
A criança discute com a mãe, sobre trabalho infantil falta de escola e do risco da vida marginal. Sem argumentos a mãe expulsa a criança de casa.
Cena 02
Personagens
Traficante
Menino 01
PM
Menino 02
Situação: O traficante aliciando crianças
O traficante alicia uma criança de rua, lhe dá dinheiro e drogas de graça, depois chama a mesma para trabalhar pra ele, e lhe entrega uma quantidade x de drogas e saí.
A criança começa a vender e utilizar a droga como se fosse um adulto até o ponto de perder o ponto e faltar drogas e dinheiro.
O traficante aparece para o acerto, e o menino lhe conta que não há mais dinheiro e nem drogas. O traficante agride e ameaça a criança de morte, quando aparece os PM’s e batem no traficante, logo liberando o mesmo.
Depois de certo tempo o traficante encontra a criança e a mata.
Um dia depois começa a aliciar outra criança, já avisando do fim trágico de outra criança que tentou dar o golpe.
Cena 03
Menino
Mãe
Pai
Amigos
Situação: Criança da jujuba
Abre a cena na rodoviária, a mãe deixando uma caixa de jujuba com a criança. para que a transforme em dinheiro.
A criança se junta a outras crianças para brincar, e consumir drogas.
A mãe espera a criança que ainda não chegou no horário determinado e comunica o fato ao pai, que por sua vez encontra a criança e a agride com ferocidade.
A criança a partir de então começa a vender chicletes diariamente na rodoviária e como sinal da violência ele anda mancando.
Cena 04
Personagens:
Menino 01
Menino 02
Crianças
Pm
Situação: A Mudança
Crianças reunidas em volta de uma fogueira, eles vão brincando e contando o que querem ser quando crescerem. (Fazer improviso) chega a PM e leva todas as crianças para um passeio no Lago Paranoá. Quando o dia clareia eles chegam no CONIC/Rodoviária e os que queriam se encaixar na estrutura da sociedade agora só pensam em destruí-la, para se libertarem através da barbárie.
Encerramento: todos um a um indo á frente da platéia, dizendo seu nome, e falando nós não queremos mais viver o que a gente apresentou!!! (cena apresentada na inauguração da sede do Projeto Giração.
Musicas: e lá vou eu
Cenário : imaginário
Figurino: comum
Abertura: os atores entrando e encarando a platéia
Objetos indicados: bonecas quebradas, carrinhos quebrados, bicicletas velhas, panelas vazias, pratos vazios, caixas de chicletes, caixa de engraxate, lata de cola, papel alumínio, cassetetes, o ECCA rasgado. E pessoas indiferentes passando.
A cada cena encerrada um dado estatístico sendo citado.
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