segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A galera do Giração mandou ver

Mostra Brasília reúne 600 pessoas
Fonte: site do Festival

Sexta-feira agitada no Cine Brasília. Diferente de outras tardes, bem antes das 16h, o público fiel da sétima arte já estava presente para prestigiar a Mostra Brasília, no terceiro dia do 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.



A seleção dos curtas ‘A Saga das Candangas Invisíveis’, de Denise Caputo; Apenas um ‘Saxofone’, de Heber Trigueiro, ‘Fuga para Palmares’, de Rodrigo Alex; ‘Wenceslau e Árvore do Gramofone’, de Adalberto Muller e o esperado longa ‘Pra Ficar de Boa’, de Núbia Santana foram os responsáveis pela presença de mais de 600 pessoas.



“O festival é um evento tradicional da cidade e um espaço onde prevalece a democracia. Isso aumenta a participação do público brasiliense que é assíduo e bastante polêmico em suas manifestações”, enfatizou o Técnico de Atividades Culturais da Secretaria de Cultura, Toninho Piza.



Na platéia, o destaque foi a presença de alguns internos do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) também protagonistas do documentário ‘Pra Ficar de Boa’. Mesmo durante a exibição, o longa já emocionava o público com o enredo sobre o perturbador retrato de crianças e adolescentes marginalizados pelo desafeto, descaso e exclusão social.



Depoimentos marcantes de diferentes jovens infratores evidenciaram a realidade violenta das ruas e a marca do abandono a que sempre estiveram submetidos. O Caje, para alguns, funciona como uma possibilidade de reintegração e, para outros, é apenas uma prisão.



Marcela de Araújo de Souza (17 anos) concorda com a primeira opinião. Para ela, o Caje significou um aprendizado e o documentário é uma maneira de a sociedade conhecer as dificuldades e a realidade de vida dos jovens antes dos delitos cometidos. No longa, Marcela está reclusa na instituição e no final da gravidez. Hoje, está livre e com a filha Vitória nos braços pôde assistir uma parte de sua história na tela.

Para a diretora do filme Núbia Santana, a exibição do documentário é um momento para a sociedade reconhecer que o problema dos meninos infratores é de ordem social e deve ser uma responsabilidade de todos: “Depois de quase dois anos de trabalho, o longa revela e desvenda a realidade, será exibido no CAJE para os jovens e convidados e também irá compor a pauta de outros festivais”.

16h30, Cine Brasília, entrada franca.
Mostra Brasília 35mm
A Saga das Candangas Invisíveis, de Denise Caputo, 15min, DF
Apenas um Saxofone, de Heber Trigueiro, 19min, DF
Fuga para Palmares, de Rodrigo Alex, 3min, DF
Wenceslau e a Árvore do Gramofone, de Adalberto Muller, 16min, DF
Pra Ficar de Boa, de Núbia Santana, 75min, DF

"Essa notícia não abordou a questão dos meninos do Giração, que fazem um paralelo entre os meninos do CAJE e os meninos de rua. Os ultimos foram responsáveis por grande parte do documentário e também por dar equilíbrio e beleza poetica a esse maravilhoso filme".
Paulo Dantas

Um comentário:

Patrícia Pacheco disse...

Sou psicanalista e faço um trabalho voluntário com idosos. Gostaria de um telefone de contato, porque tenho pensado se seria possivel levar uma peça de teatro do projeto, bem como do projeto de percursão, para o lar de idosos. Obrigada.
patricia